ESTATÍSTICA INCONSEQUENTE

No Brasil não se tem uma política pública, de base, que corrija a criação de adolescentes e jovens sem o sentimento de pertencimento em relação às normas estatais e, por pior que pareça, em uma estrutura onde a violência contra o policial não é considerada negativa. A polícia dos EUA não precisa recuperar morros/comunidades dominados pelo crime organizado, nem realizar grandes operações para apreensão de armas ilegais, o que leva a enfrentamentos armados, por si só graves e letais. Será que a polícia estadunidense agiria de forma diferente se tivesse de enfrentar tais desafios sociais, que ela não deu causa? Os resultados estatísticos da polícia estadunidense seriam diferentes?”

Não acredito em má fé, mas, ignorância na produção da informação. Não se consideraram as conseqüências da informação bruta. Penso que a origem estaria em alguns equívocos já sedimentados. Assim, em qualquer lugar do mundo, por mais que a polícia mate, por mais que policiais morram, o crime estará sempre presente e em números coerentes com a realidade cultural. A instituição-polícia jamais acabará com o crime. Sua função é prevenir (inibir vontades e obstaculizar oportunidades) e reprimir (dominar e prender). Não atua nas origens, na formação de cidadãos. Que, em nosso país, praticam o desrespeito aos valores sociais e desobediência às regras sociais. Uma vergonhosa incivilidade, uma grave hemorragia social que o Estado tem sido incompetente para estancar. E policial mata, e policial morre! 

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